terça-feira, 23 de março de 2010

Núcleo de Pesquisas Históricas Tarcísio Taborda completa 15 anos em 2010

Por: Fernando Tólio
Jornal Minuano.

No dia 4 de maio de 1995, numa das salas do Museu Dom Diogo de Souza, um grupo de amigos apaixonados pela história da sua cidade tomaram um decisão importante para as gerações futuras de bageenses.

Foto: Fernando Tólio


Naquele dia, Elizabeth Fagundes, José Otávio Gonçalves, Elida Garcia, Mário Lopes, Carlos Peduzzi, entre outros mensageiros da história, fundaram o Núcleo de Pesquisas Históricas Tarcísio Taborda (NPHTT). Prestes a completar 15 anos em 2010. Hoje em dia o quadro de integrantes do NPHTT é composto de 25 membros, responsáveis por manter vivo no presente de Bagé a história de seus construtores. No blog(http://nucleodepesquisashistoricas.blogspot.com/) do Núcleo está estampada a missão desses personagens, que buscam na história de outros personagens a identidade do povo bageense. “Desenvolver e divulgar estudos e pesquisas históricas, assim como fornecer subsídios sobre temas históricos”, anuncia a apresentação do endereço eletrônico.

Mas as vésperas de debutar, o Núcleo agrega novos valores a sua missão. Nas palavras da atual presidente, Heloísa Beckman, o NPHTT foi idealizado para agrupar pessoas ao estudo da história, com a finalidade de defender o patrimônio histórico de Bagé. Dentro dessa ideologia, em 2010 os pesquisadores iniciaram um processo de integração de jovens ao quadro de membros. “Quem tiver interesse de participar pode nos procurar. Para nós do núcleo quanto mais estudiosos estiverem envolvidos na educação e preservação da história melhor será para Bagé”, explica Heloísa.Os pesquisadores do NPHTT reúnem-se duas vezes por mês na Casa de Cultura Pedro Wayne, na esquina da rua General Netto, com a avenida Sete de Setembro, em frente ao calçadão, no centro da cidade. Os encontros são estendidos também a uma cafeteria da avenida Sete. Todos os dias às 11h o grupo encontra-se para um café, e foi na sexta-feira pela manhã, num destes encontros que o Jornal MINUANO conversou com os integrantes do Núcleo.Café às 11hSentados às mesas do café, a conversa surge com um murmurinho que chega a deixar zonzo o repórter. Em meio a tantos conhecedores da história de Bagé, não se sabe quem ouvir primeiro. Todos querem contar um pouco do que sabem sobre a cidade, a vida de personalidades ilustres que fizerem de Bagé a Rainha da Fronteira.O espaço desta página de jornal é pouco para publicar as palavras dos 25 pesquisadores do NPHTT, contudo, acomodado em uma cadeira, rodeado de figuras como o general Aluísio Budó, o coronel José Antônio Marques e Carlos Peduzzi o repórter tenta captar de cada um, um fragmento dos 198 anos de Bagé.A pergunta é: com que informações o Núcleo contribuiu para a valorização da história de Bagé? Ao final da questão, a resposta vem em três vozes. Budó, Marques e Peduzzi falam juntos. E a cada frase surgem a galope os nomes do farroupilha Antônio de Souza Netto, o General Netto, e do imperial João da Silva Tavares. E entre eles a história da Batalha do Seival vencida pelo farroupilha. Budó cita o trecho do livro A História de Bagé, de Eurico Jacinto Salis. Na passagem o autor relata a derrota das tropas de João da Silva Tavares. “Dizem que o freio do cavalo de Tavares arrebentou e o animal saiu em disparada. Com isso as tropas partiram junto em retirada com o seu comandante. Parece até que o exército imperial era maior que o farroupilha”, conta Budó.Outras passagens como as histórias do Forte Santa Tecla, do algoz do presidente paraguaio Solano Lopes, o cabo Francisco Lacerda, o Chico Diabo enterrado no cemitério da Guardinha, no Passo do Tigre, e do Major Adão Latorre, o degolador da Lagoa da Música, sepultado próximo ao Forte Santa Tecla, foram algumas das narrativas citadas como principais fatos que os pesquisadores ajudam a preservar. 

Sábado no cemitério

A entrevista terminou às 11h40min, de sábado, após uma volta pelos túmulos de heróis de guerra, vigários colados e boa parte das famílias de importantes personalidades bajeenses. No cemitério da Santa Casa de Bagé, Aluísio Budó e Carlos Peduzzi levaram o repórter por um passeio fúnebre que conta trechos da guerra do Paraguai, da Construção da Santa Casa de Bagé e de uma época de pujança econômica.
Foto: Fernando Tólio

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